PRÁTICAS CULTURAIS INSTITUCIONALIZADAS E A ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA NA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER

Ana Luiza Evangelista Melo, Tauany Almeida Batista, Neuslete Esteves dos Santos Neumann

Resumo


A violência doméstica contra a mulher é um fenômeno mundial que não se restringe a determinada raça, classe econômica, idade ou religião. Tal violência apresenta causas multifatoriais, relacionadas à cultura, machismo, desigualdade social, entre outros. Este estudo objetivou investigar as práticas culturais envolvidas na violência doméstica contra a mulher, assim como as possibilidades de atuação do psicólogo no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. Para a elaboração deste trabalho efetivou-se um estudo bibliográfico. Como conclusão, foi possível compreender que existem práticas que interferem diretamente no reforço e manutenção da violência doméstica, os resultados do estudo apontam que há um contexto sociocultural que considera a desigualdade de gênero, propiciando a prática dessa violência. Ficou evidente a necessidade de profissionais da psicologia atuando no contexto de violência doméstica contra a mulher, pois atuam diretamente no auxílio de sua ressignificação.


Palavras-chave: Violência doméstica. Práticas culturais. Psicologia. Gênero.

Referências


ADAMES, B.; BONFIGLIO, S. U.; BECKER, A. P. S. Acolhimento psicológico para mulheres vítimas de violência conjugal. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João del Rei, v.13, n. 2, p.1-12, 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809- 89082018000200012. Acesso em: 15 maio 2022.

BANDEIRA, L. M. Violência de gênero: a construção de um campo teórico e de investigação. Revista Sociedade e Estado, Brasília, v. 29, n. 2, p. 449-469, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/se/a/QDj3qKFJdHLjPXmvFZGsrLq/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 29 abr. 2022.

BRASIL. Lei n. 11.340, de 07 de agosto de 2006. Lei Maria da Penha. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em: 27 abr. 2022

BRASIL. Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Presidência da República do Brasil, Brasília, 2012. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-a-violencia/pdfs/pacto-nacional-pelo-enfrentamento-a-violencia-contra-as-mulheres. Acesso em: 10 maio 2022.

BRASIL. Violências contra a mulher e as práticas institucionais. Ministério da Justiça, Secretaria de Assuntos Legislativos, Brasília, 2015. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/1378-mjviolcontramulher52.pdf. Acesso em: 25 ago. 2022.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO. Resolução n° 010/2005. Conselho Federal de Psicologia. Brasília, 2005.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Referências técnicas para atuação de psicólogas (os) em Programas de Atenção à Mulher em situação de Violência. Conselho Federal de Psicologia, Brasília, CFP, p. 19-101, 2013. Disponível em: http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/artes- graficas/arquivos/2013-CREPOP-Violencia-Mulher.pdf. Acesso em: 27 abr. 2022.

DIAS, M. B. A Lei Maria da Penha na justiça. Juspodivm, 7° ed, 2021.

FAGUNDES, A. L. M. et. al. Gênero e Psicologia: um debate em construção no CRP-03. XV Encontro Nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social – ABRAPSO, Maceió, 2009. Disponível em: https://www.crp03.org.br/wp-content/uploads/2015/08/Texto-ABRAPSO-G%C3%8ANERO-E-PSICOLOGIA_-UM-DEBATE-EM-CONSTRU%C3%87%C3%83O-NO-CRP-03.pdf. Acesso em: 20 out. 2022.

FONSECA, D. H.; RIBEIRO, C. G.; LEAL, N. S. Violência doméstica contra a mulher: realidades e representações sociais. Psicologia & Sociedade, v. 24, n. 2, p. 307-314, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/psoc/a/bJqkynFqC6F8NTVz7BHNt9s/?lang=pt&for mat=html. Acesso em: 26 abr. 2022.

GUIMARÃES, M. C.; PEDROZA, R. L. Violência contra a mulher: problematizando definições teóricas, filosóficas e jurídicas. Psicologia & Sociedade Online, Brasília, v. 27, n. 2, p. 256-266, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/psoc/a/Dr7bvbkMvcYSTwdHDpdYhfn/?lang=pt#. Acesso em: 10 set. 2022.

IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Violência contra a mulher e as práticas institucionais. Brasil em desenvolvimento: Estado, planejamento e políticas públicas. Brasília, n°52, 2015. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/1378-mjviolcontramulher52.pdf. Acesso em: 16 out. 2022.

MACARINI, S. M. Atuação da psicologia no âmbito da violência conjugal em uma delegacia de atendimento à mulher. Revista Pensando Famílias, Porto Alegre, v. 22, n.1, p.163-178, 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2018000100013. Acesso em: 12 maio 2022.

MOSCOVICI, S. A representação social da psicanálise. Zahar, Rio de Janeiro, 1978.

MONTEIRO, F. S. O papel do psicólogo no atendimento às vítimas e autores de violência doméstica. 2012. Monografia (Bacharel em Psicologia) - Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2012.

MORAIS, M. O.; RODRIGUES, T. F. Empoderamento feminino como rompimento do ciclo de violência doméstica. Revista de Ciências Humanas, Viçosa, v. 16, n. 1, p. 89-103, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/RCH/article/view/1771. Acesso em: 12 nov 2022.

MULLER, C. M.; BESING, M. A trajetória histórica da mulher no Brasil: da submissão à cidadania. Revista Augustus, Rio de Janeiro, v. 23, n. 45, p. 25-46, 2018. Disponível em: https://revistas.unisuam.edu.br/index.php/revistaaugustus/article/view/147/64. Acesso em: 30 jul. 2022.

OLIVEIRA, F. S. et al. Violência doméstica e sexual contra a mulher: revisão integrativa. HOLOS, Anápolis, v. 8, p. 275-284, 2017. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/4815/481554853020.pdf. Acesso em: 11 maio 2022.

OSTERNE, M. S. F. A violência contra a mulher na dimensão cultural da prevalência do masculino. O público e o privado, Fortaleza, n. 18, p. 129-145, 2011. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/opublicoeoprivado/article/download/2479/2240/9235. Acesso em: 10 ago. 2022.

PINTO, C. R. J. Feminismo, história e poder. Revista de sociologia e política, Brasília, v. 18, n. 36, p. 15-23, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsocp/a/GW9TMRsYgQNzxNjZNcSBf5r/?format=html〈=ptAcesso em: 15 set. 2022.

SANTIAGO, R. A.; COELHO, M. T. A violência contra a mulher numa perspectiva histórica e cultural. Centro de Convenções da Bahia, Salvador, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/5234. Acesso em: 26 ago. 2022.

SILVA, H. C. S.; ATAÍDE, M. F. B.; MOREIRA, T. D. S. Atenção psicológica à mulher em situação de violência doméstica no Brasil: uma revisão integrativa. Revista Textura, v. 14, n. 2, p. 95-102, 2021. Disponível em: https://textura.famam.com.br/textura/article/view/423/333. Acesso em: 31 out. 2022.

SILVA, L. L.; COELHO, E. B. S.; CAPONI, S. N. C. Violência silenciosa: violência psicológica como condição da violência física doméstica. Interface-Comunicação, Saúde, Educação Online, Santa Catarina, v. 11, p. 93-103, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/9SG5zGMVt4VFDZtzbX97MkP/?lang=pt. Acesso em: 11 maio 2022.

TELES, M. A. A. Breve história do feminismo Brasil. Editora Brasiliense, 1993.

TIMM, F. B.; ONDINA, P. P.; GONTIJO, D. C. Psicologia, violência contra mulheres e feminismo: em defesa de uma clínica política. Revista Psicologia Política, São Paulo, v. 11, n. 22, p. 247-259, 2011. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2011000200005. Acesso em: 10 out. 2022.


Texto completo: PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.